Os textos e poesias que aqui se encontram, assinados por mim (Simone Tavares), possuem direitos autorais.Os textos, vídeos e imagens de outros autores, são meramente ilustrativos
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"Diário de um deprimido"

Este blog representará para mim, uma ferramenta, como uma das maneiras de sobreviver neste mundo cão, onde ninguém é de ninguém, respeito é coisa rara e consideração é não lhe tirar o ar que respira por simplesmente não o poder! Um mundo onde os hipócritas ditam as regras e os sinceros e honestos são ridicularizados, onde falar o que se pensa ou sente, é demonstração de fraqueza e amar é uma atitude arcaica, uma caretice...onde confiar é ser idiota e se expressar...uma grande perda de tempo!

Simone Tavares.




sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O silêncio....



No silêncio...
Se esconde a agonia de palavras que querem explodir!

Sofrimentos de décadas....represados no peito...

Agonia de injustiças e torpes atitudes sofridas...
Das humilhações e desrespeito...
Dos golpes na coluna que me tiraram o equilíbrio...
Das maudades acompanhadas por sorrisos sarcásticos...
Das armadilhas e pedras de tropeço que em meu caminho deixaram...

A lembrança dos abismos que me circundavam...
Para os quais já olhei muitas vezes querendo me atirar...

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Desistir...
Me entregar...
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Todas as vezes que pude vislumbrar o horizonte e com a paisagem me deleitar...

Veio a seguir, tremenda tempestade...

Que me obrigou a me recolher...me abrigar e me esconder a um canto.

Todas as vezes que tive esperanças...veio então, uma mão truculenta a me roubá-la...
Todas as vezes que planejei viagem a lugar melhor...descaradamente fui interrompida.

Todas as vezes que pensei estar edificando sólida e aconchegante moradia...
O material se fez escasso...minha obra foi embargada...
E o desânimo me abateu.

Todas as vezes que pensei ter encontrado algo de valor...
Descobri que nada mais era que metal ordinário que não tardou a enferrujar...
Ouro de tolo...que não passava de quinquilharia...
Que só ocupava lugar...
Atrapalhando e entulhando um espaço precioso...
Que por algo mais valioso poderia estar sendo utilizado.
 
Estas lembranças me perseguem...
Como uma venda que impede que eu enxergue aquilo que me cerca de valor...
De belo...
E pelo qual deveria tanto agradecer...


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Até que inevitávelmente...acabo por também perder.
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Perco o tempo das coisas boas...
Perco o bonde que poderia me levar ao paraíso...
A carruagem que poderia me conduzir mansamente a uma viagem tranquila a um destino harmonioso...
Embalada em passos mansos, delicadamente e sem pressa...levada por condutor leal e amigo.

Fico a me esconder...tentando me proteger...e acabo por perder ótimas oportunidades de momentos de alegria!

Se bem, que...para alguns...é mesmo melhor que me afaste...
Pois meu silêncio pode dar lugar a palavras que poderiam ferir-lhes muito mais que ferro em brasa...
Palavras articuladas por um pensador em revolta...
Podem penetrar a alma de ouvinte desprevenido, deixando uma ferida profunda e difícil de cicatrizar...

Coisa que somente um observador articuloso seria capaz de criar!


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A dor deste silêncio...poderia ser apaziguada com uma boa e produtiva conversa...
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Mas...falar com quem?!
Cansei de me arriscar a ser incompreendida...
De me decepcionar lançando palavras ao vento...
Ser mal interpretada...
Subestimada...
E julgada!


É estranho receber tanta atenção quando se está por baixo...
Para logo  em seguida me levantar e ser derrubada...
Pelas mesmas mãos que antes ajudaram a me reerguer.

Vai ver que para eles...
Este seja meu melhor ângulo...
Aquele no qual estou prostrada...e posso..."aparente" ser subjulgada, dominada e domada!

Os tolos nunca desistem...
Vivem tentando me adestrar!

Se esquecem que fera ferida é muito mais perigosa!
Que basta uma pequena melhora, para esta se desvencilhar das amarras....
Levantar imponente...lhes enfrentar, atacar e logo fugir...
Se embrenhando na mata selvagem que só ela conhece bem...
Mas não sem antes lhes deixar marca profunda!

De nada adianta, tentar seguir meus passos...
Em um mundo que é só seu, ninguém consegue penetrar...
No máximo podem se perder e ficar desferindo tiros a esmo...

Tiros estes,que, de fato... muitas vezes podem vir a me almejar por puro acaso...
Ferem-me e deixam-me a sua mercé.

Dando continuidade a este doentio ciclo vicioso...
Onde  me abato por uns tempos...e logo em seguida volto a me rebelar, ferir e escapar...

Feito areia que lhes escorre pelos dedos!

Volto pro meu canto...
Fico na espectativa... 

E me recolho de novo ao meu silêncio e agonia.

                                                   
Simone Tavares 

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