Ser espírita

Quem pensa, que ser espírita, é ser fanático, não sabe o quanto ponderam, e investigam, antes de darem crédito a qualquer coisa.
Quem pensa, que é pura covardia e dificuldade em aceitar, que quando morremos tudo se acaba, não sabe o desânimo, que muitas vezes nos dá, em pensarmos, que não há descanso após a morte...e que, tudo o que de ruim plantarmos, colheremos indubitavelmente, senão nesta vida, na próxima. Somente o fato, de sabermos, que provavelmente, após certo tempo, voltaremos a Terra...esse mundo de tanta maldade, violência e desigualdade. Meu Deus...como alguns de nós ficam desolados. Afinal, pode um exilado, sentir-se plenamente feliz, longe de sua pátria amada?!...
Num mundo, onde a ignorância, é uma virtude, a crença e o despertar, para as verdades espirituais, é um caminho sem volta. Não que ser espírita, seja ruim...mas a consciência, não nos dá sossego!!!
Entre o crer no espiritismo, e ser verdadeiramente, um espírita, há um oceano a se atravessar...a nado!...
Por isso...mesmo que não concorde, jamais, trate um espírita, como um ser alienado. Não sabem vocês, como alguns gostariam de sê-lo...seria muito mais fácil, não saber de certas verdades, e andar por aí, apenas observando os pássaros!

Simone Tavares.

A liberdade, é uma ilusão!

A liberdade, é uma ilusão! Os cães farejadores do sofrimento, te caçam até mesmo ao paraíso fétido da mentira mal contada, sem perder seu rastro nem mesmo, quando tentas afogar-te no fundo dos rios lamacentos da hipocrisia. Quanto mais te debates, mais apertam-se as amarras da indignidade, tão cheia de sorrisos mórbidos de quem nada sente, de quem nada deve, de quem nada teme. Os tapas na cara, escondidos sob o manto da ironia, os açoites de marcas profundas, que afundam na pele até os ossos de uma carne apodrecida pelo desespero, fazem-te soltar grunhidos mudos, ante a multidão apática, alheia aos próprios sentimentos. Te despertas em poça de lágrimas de areia, cava em vão, em busca de algo sólido. Atolas ao correr, nos barros do teu próprio sangue. Alguém lhe aponta uma corda...e quando estas quase lá...não hesita em cortá-la, causando-te novo baque. Olhas para trás, a fim de medir a distância percorrida fora da cova e percebes, que nem metro e meio, percorreu para longe daquilo que "supunhas", ser seu cativeiro! E descobre: que quanto mais foge, mais fica preso!!! Daí e só, daí então, percebe que a aceitação dos fatos, da dura realidade dos acontecimentos e sentimentos provindos dos mesmos, podem ser a saída de tal torpe condição. Arrasta-te para fora dos desejos de fuga...veste seu manto mais limpo e simples...e encara a dura realidade da qual, percebeu quase que tardiamente, ser inútil fugir!
Simone Tavares.

Necrológio dos Desiludidos do Amor

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.

Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Brejo das Almas'

Das desilusões.

Uma pena, mas a doação extrema e impensada, causa óbito, até mesmo, na carne ainda viva e pungente daquele, que se entrega de modo irresponsável, às paixões efêmeras, sejam elas quais forem!

Simone Tavares.

Postagem sem título!!!

Me deixe com minhas redundâncias, babaquices e esquisitices....minha imposta presença e meu afastamento de silêncio tardio....me deixe quieta...não se meta...hoje a porta para ti...não está aberta!...Me deixe triste, me deixe louca, de touca, chuveiro aberto, pingando veneno...não sinto frio, nem fome, nem sono....me deixe em paz!...Pois "hoje", o  depois...pra mim, tanto faz!

Simone Tavares.