Os textos e poesias que aqui se encontram, assinados por mim (Simone Tavares), possuem direitos autorais.Os textos, vídeos e imagens de outros autores, são meramente ilustrativos
Powered By Blogger

"Diário de um deprimido"

Este blog representará para mim, uma ferramenta, como uma das maneiras de sobreviver neste mundo cão, onde ninguém é de ninguém, respeito é coisa rara e consideração é não lhe tirar o ar que respira por simplesmente não o poder! Um mundo onde os hipócritas ditam as regras e os sinceros e honestos são ridicularizados, onde falar o que se pensa ou sente, é demonstração de fraqueza e amar é uma atitude arcaica, uma caretice...onde confiar é ser idiota e se expressar...uma grande perda de tempo!

Simone Tavares.




terça-feira, 30 de agosto de 2011

À mesa da carne terrena


À mesa da carne terrena...

Gozando de refeição feita de fígado, sangue e vísceras...
Banhada no óleo ardente da intolerância...
Após embebida longamente na salmoura das paixões contidas....

Contidas de desilusão, violência e incompreensão...

Eis que é farta a mesa dos injustos....
Roncam as panças dos românticos...
E indigestas são as funções dos inocentes!


Simone Tavares

sábado, 20 de agosto de 2011

Espelho de circo


Espelho de circo...
De nuances disformes...
Reflexos distorcidos...
Que tanto me confundem e causam sofrimento...

Em suas teias duras e quebradiças...
Sou obrigada a me sustentar...
Me envolver...
Me deixar levar...
Pois, quanto mais me debato...
Mais me enrosco...

Como peixe no anzol!

Ahhh espelho de circo...
Quem dera um dia em ti poder me refletir...


Sei que não é justa esta minha pedida...
Pois a forma não é de sua natureza...
E a fôrma se encontra agora quebrada...
Quebrantada...
Em farelos de poeira cristalizada...


Sei o quanto também sofres e te arranhas...
Por saber que não posso em ti me mirar...


Porque mesmo em suas limitações de constância...
E a fraqueza das veias...
No fluxo continuamente interrompido...

Percebo a fidelidade das intenções!


Simone Tavares

Alma



Alma nobre...
Alma pobre...
Alma velha...
Alma sábia...
Alma moderna...
Alma jovem...

Alma...
Equivocada!




Alma plena...
Alma sadia...
Alma doente...
Alma acamada!

Alma alegre...
Alma feliz...
Alma doce...
Alma amarga...
Alma fértil...
Alma estéril...



Alma...
Sempre alma!

Para sempre a alma em pedaços...
Eternamente alma conjunta!

Alma em epifania...
Alma em desencontro com a alma...

Alma em estado de espírito...
Espírito em estado d'alma...

Alma generosa...
Alma egoísta...

Alma na carne...
Alma na lama...
Alma no céu!



Alma no eterno...
Pairando sobre nossas cabeças...

Alma neste mundo...
Alma deste mundo...

Alma penada...
Lutando para se redimir!



Alma em mim...
Alma em ti...
Brigando por um espaço em seu saber....

Alma que nem liga...
Alma que se inquieta...

Alma completa em desespero...
Alma em fragmentos de desassossego...
Que não ouve ou faz ouvir a si mesma...

Alma em mim...
A me incomodar...

Alma em ti...
Que não cabe em si...
No anseio de te abordar...

Alma em ápice...
Desejando apenas...
Que em breve...
Possam se encontrar!



Simone Tavares

Saudades da infância


Querida...

Éramos mais sábias quando éramos mais ingênuas....
Pois, sem dúvida...
Éramos melhores e mais felizes!

Nós mudamos...
Sim!
Mudamos!!!

Mas e daí...?!

E o mundo...

Tornou-se melhor ou mais fácil com isso?!

Você se sente hoje...
Mais realizada que ontem?!...

Eu não sei você...

Mas eu me sinto pior...
Mais incompleta...
E muito...
Muito mais infeliz!




As vezes penso no trecho da música...
"O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraído"...

Parece que o acaso traz mais disgosto quando se está em alerta...
Como se isso atraísse as piores coisas...

Embora sabendo que não estamos aqui à passeio...
Que se não olhar para os lados antes de atravessar...
Serei atropelada...

Sinto saudades de fechar os olhos...
De poder confiar...
De acreditar no rosa e não enxergar o cinza...

Sinto falta da ingenuidade e do desprendimento...

Sinto falta do tempo em que éramos amigas, irmãs, companheiras e rivais apenas quanto a qualidade de nossos brinquedos...
Quando você me convencia de que a boneca morena era mais bonita que a loira e me fazia trocar a minha pela sua...
De quando quebrávamos o pau por uma simples fofolete...

Sinto falta do tempo, em que éramos tão bobas, que todo mundo nos passava a perna...
Pois olho para trás...
E vejo que nos tornamos como eles!


Simone Tavares

Acordei

Acordei...

Acordei que estava errada...
Me vi em nova concordata...
De mais uma história falida...

Acordei de um sonho...
Mas algum pesadelo ainda me perseguia...
Se arrastava por baixo da cama...
Se escondia pelo canto da sala...
Espreitava no quintal...
Preparava tocaia atrás do portão...

O poste velho e mal conservado...
Fios desencapados prestes a entrar em curto...
Concreto concretamente puído...

As traças devoraram minhas fotos...
Determinando o feio em minhas lembranças mais bonitas...

O tempo amarelou o vestido branco...
Tornando demodê certas coisas...
Certas memórias feitas de modismo barato...

Os ratos cavucaram meu quintal...
Tornando inviável a colocação de um banquinho contemplativo entre as flores...

De um balanço agradável...
Veio o desequilíbrio...

O vento trazia a poeira da rua...
O som do asfalto...
A gritaria das sirenes...
A estupidez...
A ignorância...

Mas você...
Talvez você ainda estivesse a salvo...

Parmanecendo livre...
De alguma mácula...
E de todos os vícios...

Contemplando as estrelas...
Acreditando no bom...
Torcendo por todos...
Cheio de esperança...
Amando incondicionalmente...


Simone Tavares

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Do tempo em que eu era mais tola, porém, melhor!

Parabólica

Engenheiros do Hawaii

Composição: Humberto Gessinger
Ela pára
E fica ali parada
Olha-se para nada
(paraná)
Fica parecida
(paraguaia)
Pára-raios em dia de sol
Para mim
Prenda minha parabólica
Princesinha parabólica
O pecado mora ao lado
E o paraíso... paira no ar
... pecados no paraíso ...
Se a tv estiver fora do ar
Quando passarem
Os melhores momentos da sua vida
Pela janela alguém estará
De olho em você
Completamente paranóico
Prenda minha parabólica
Princesinha clarabólica
Paralelas que se cruzam
Em belém do pará
Longe, longe, longe (aqui do lado)
(paradoxo: nada nos separa)
Eu paro
E fico aqui parado
Olho-me para longe
A distância não separabólica




Ando Só

Engenheiros do Hawaii

Composição: Humberto Gessinger
ando só
pois só eu sei
pra onde ir
por onde andei
ando só
nem sei por que
não me pergunte
o que eu não sei

pergunte ao pó
desça o porão
siga aquele carro
ou as pegadas que eu deixei
pergunte ao pó
por onde andei
há um mapa dos meus passos
nos pedaços que eu deixei

desate o nó
que te prendeu
a uma pessoa que nunca te mereceu
desate o nó
que nos uniu
num desatino
um desafio

ando só
como um pássaro voando
ando só
como se voasse em bando
ando só
pois só eu sei andar
sem saber até quando
ando só

terça-feira, 2 de agosto de 2011


"Elevada percentagem das personalidades humanas traz, no imo do próprio ser, raízes e brechas
de comunhão com o pretérito de sombra, através dos quais são suscetíveis de sofrer
os mais estranhos processos de obsessão oculta - a se reavivarem, constantes, nos diversos períodos
etários que correspondem ao tempo de formação dos débitos cármicos que buscam equacionar no corpo terrestre."
PENSAMENTO E OBSESSÃO - O estudo da obsessão, conjugado à mediunidade, se realizado em maior amplitude, abrangeria o exame de quase toda a Humanidade terrestre.
Expressamos tal conceito, à face do pensamento que age e reage, carreando para o emissor todas as fecundações felizes ou infelizes que arremessa de si próprio, a determinar para cada criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe.
Enquanto não se aprimore, é certo que o espírito padecerá, em seu instrumento de manifestação, a resultante dos próprios erros. Esses desajustes, como é natural, não se limitam à comunidade das células físicas, quando em disfunções múltiplas por força dos agentes mentais viciados e enfermiços; estendem-se, muito especialmente, à constituição do corpo espiritual, a refletir-se no cérebro ou gabinete complexo da alma, aí ocasionando os diversos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados dos fenômenos psico-sensoriais que produzem alucinações e doenças da mente.

PERTURBAÇÕES MORAIS - Não nos propomos analisar aqui as personalidades psicopáticas, do ponto de vista da Psiquiatria, nem focalizar as chamadas psicoses de involução , ou as demências senis, claramente necessitadas de orientação médica; recordemos, contudo, que na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto quanto por trás de enfermidades psíquicas clássicas, como, por exemplo, as esquizofrenias e as parafrenias , as oligofrenias e a paranóia , as psicoses e neuroses de multifária expressão, permanecem as perturbações da individualidade transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral. Enquanto se lhe mantém a internação no instrumento físico transitório, até certo ponto ela consegue ocultar no esconderijo da carne os resultados das paixões e abusos, extravagâncias e viciações a que se dedica.
Assim vive na paisagem social em que transita, até que, arredada de semelhante vaso pela influência decisiva da morte, não mais suporta o regime de fantasia, obrigando-se a sofrer, em si própria, as conseqüências dos excessos e ultrajes com que, imprevidente, se desrespeitou.
Torturada por suas próprias ondas desorientadas, a reagirem, incessantes, sobre os centros e mecanismos do corpo espiritual, cai a mente nas desarmonias e fixações conseqüentes e, porque o veículo de células extrafísicas que a serve, depois da morte, é extremamente influenciável, ambienta nas próprias forças os desequilíbrios que a senhoreiam, consolidando-se-lhe, desse modo, as inibições que, em futura existência, dominar-lhe-ão temporariamente a personalidade, sob a forma de fatores mórbidos, condicionando as disfunções de certos recursos do cérebro físico, por tempo indeterminado.

ZONAS PURGATORIAIS - Entendendo-se que todos os delinqüentes deitam de si oscilações mentais de terrível caráter, condensando as recordações malignas que albergam no seio, compreendemos a existência das zonas purgatoriais ou infernais como regiões em que se complementam as temporárias criações do remorso, associando arrependimento e amargura, desespero e rebelião.
Na intimidade dessas províncias de sombra, em que se agrupam multidões de criminosos, segundo a espécie de delito que cometeram, Espíritos culpados, através das ondas mentais com que essencialmente se afinam, se comunicam reciprocamente, gerando, ante os seus olhos, quadros vivos de extremos horror, junto dos quais desvairam, recebendo, de retorno, os estranhos padecimentos que criaram no ânimo alheio.
Claro está que, embora comandados por Inteligências pervertidas ou bestializadas nas trevas da ignorância, esses antros jazem circunscritos no Espaço, fiscalizados por Espíritos sábios e benfazejos que dispõe de meios precisos para observar a transformação individual das consciências em processo de purificação ou regeneração, a fim de conduzi-las a providências compatíveis com a melhoria já alcançada.
Semelhante supervisão, entretanto, não impede que estas vastas cavernas de tormento reeducativo sejam, em si, imensas penitenciárias do Espírito, a que se recolhem as feras conscientes que foram homens. Aí permanecem detidas por guardas especializados, que lhe são afins, o que nos faz definir cada "purgatório particular" como "prisão-manicômio", em que as almas embrutecidas no crime sofrem, de volta, o impacto de suas fecundações mentais infelizes.
Tiranos, suicidas, homicidas, carrascos do povo, libertinos, caluniadores, malfeitores, ingratos, traidores do bem e viciados de todas as procedências, reunidos conforme o tipo de falta ou defecção a que se renderam, se examinados pelos cientistas do mundo apresentariam à Medicina os mais extensos quadros para estudos etiológicos das mais obscuras enfermidades.
Deduzimos, assim, que todos os redutos de sofrimento, além túmulo, não passam de largos porões do trabalho evolutivo da alma, à feição de grandes hospitais carcerários para tratamento das consciências envilecidas.

REENCARNAÇÃO DE ENFERMOS - Dos abismos expiatórios, volvem à reencarnação quantos se mostrem inclinados à recuperação dos valores morais em si mesmos.
Transportados à novo berço, comumente entre aqueles que os induziram à queda, quando não se vêem objeto e amorosa ternura por parte de corações que por ele renunciam à imediata felicidade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar.
Contudo, renascem no corpo carnal espiritualmente jungidos às linhas inferiores de que são advindos, assimilando-lhes, facilmente, o influxo aviltante.
Reaparecem, desse modo, na arena física. Mas, via de regra, quando não se mostram retardados mentais, desde a infância, são perfeitamente classificáveis entre os psicopatas amorais , segundo o conceito da "moral insanity", vulgarizado pelos ingleses, demonstrando manisfesta perversidade, na qual se revelam constantemente brutalizados e agressivos, petulantes e pérfidos, indiferentes a qualquer noção da dignidade e da honra, continuamente dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício.
Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de reabilitação da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente humano, enquadráveis entre os psicopatas astênicos e abúlicos , fanáticos e hipertímicos, ou identificáveis como representantes de várias doenças e delírios psíquicos, inclusive aberrações sexuais diversas.

OBSESSÃO E MEDIUNIDADE - Tais enfermos da alma, tantas vezes submetidos, sem resultado satisfatório, à insulina e à convulsoterapia, quando recomendados ao auxílio dos templos espíritas, poderão ser tidos como médiuns? Sem dúvida, são médiuns doentes, afinizados com os fulcros de sentimento desequilibrado de onde ressurgiram para novo aprendizado entre os homens.
Por certa quota de tempo, são intérpretes de forças degradadas, às quais é preciso opor a intervenção moral necessária, do mesmo modo que se prescreve medicação aos enfermos.
Trazendo consigo as seqüelas ocultas da internação na província purgatorial, de que volvem pela porta do berço terrestre, exteriorizam ondas mentais viciadas que lhes alentam as disfunções dos implementos físicos, ondas essas pelas quais recolhem os pensamentos das entidades inferiores a lhes constituírem a cobertura da retaguarda.
Apesar disso, devem ser acolhidos nos santuários do Espiritismo por medianeiros de planos que é preciso transformar e ajudar, porquanto um Espírito renovado para o Bem - Lei do Criador para todas as criaturas - é peça importante para o reajustamento geral dessa ou daquela engrenagem conturbada na máquina da vida.

DOUTRINA ESPÍRITA - Forçoso é considerar que a atividade religiosa, digna e venerável, em qualquer setor da edificação humana, exprime socorro celeste aos desajustes morais de quantos se demoram na reencarnação, buscando a restauração precisa.
E, compreendendo-se que elevada percentagem das personalidades humanas traz, no imo do próprio ser, raízes e brechas de comunhão com o pretérito de sombra, através dos quais são suscetíveis de sofrer os mais estranhos processos de obsessão oculta - a se reavivarem, constantes, nos diversos períodos etários que correspondem ao tempo de formação dos débitos cármicos que buscam equacionar no corpo terrestre -, é justo encarecer, assim, a oportunidade e a excelência do amparo moral da Doutrina Espírita, como sendo o recurso mais sólido na assistência às vítimas do desequilíbrio espiritual de qualquer matiz, por oferecer-lhes, no estudo nobre e no serviço santificante, o clima indispensável de transmutação e harmonização, com que se recuperem, no domínio dos pensamentos mais íntimos, para assimilarem a influência benéfica dos agentes espirituais da necessária renovação.
  

(MECANISMOS DA MEDIUNIDADE, Cap. XXIV, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)

Imagem Original: William Whitaker
Formatação exclusiva para o Site Espírita André Luiz: Lori Marli dos Santos

Postagens populares