Os textos e poesias que aqui se encontram, assinados por mim (Simone Tavares), possuem direitos autorais.Os textos, vídeos e imagens de outros autores, são meramente ilustrativos
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"Diário de um deprimido"

Este blog representará para mim, uma ferramenta, como uma das maneiras de sobreviver neste mundo cão, onde ninguém é de ninguém, respeito é coisa rara e consideração é não lhe tirar o ar que respira por simplesmente não o poder! Um mundo onde os hipócritas ditam as regras e os sinceros e honestos são ridicularizados, onde falar o que se pensa ou sente, é demonstração de fraqueza e amar é uma atitude arcaica, uma caretice...onde confiar é ser idiota e se expressar...uma grande perda de tempo!

Simone Tavares.




sexta-feira, 17 de junho de 2011

Chuveiro.


O copo se secando...
A alegria se esvaindo...

Dirige-se ao banheiro...
Abre o chuveiro...

A água do banho...
Leva embora seus delírios...
Lhe transporta a realidade...
Lhe transborda em tristeza...
Fortalece sua dor.


Como se removida fôra...
Sua casca protetora.


..................................................

Por isso o deprimido...depressivo...
Evita banho e asseio...

Pois diante da água corrente...
Tudo lhe vem à tona!

O choque da descarga elétrica conduzida pela água...
Percorre por todo corpo...
Atingindo a alma em cheio.

Suas dúvidas se animam...
Suas certezas o enlouquecem...
Suas lembranças e insatisfações se descortinam...
O cérebro se agita e o coração aperta...

A limpeza corporal...
Torna mais nítida a dor e mácula moral...
Tornando um simples ato...
Numa atitude desumana para consigo mesmo...
Por lhe arrebatar da afasia e esquecimento...
Obrigando-o a encarar, mesmo que por alguns minutos...
A realidade que o cerca...
De um cotidiano de hábitos, vícios e costumes...
Que gostaria de não participar e poder negar infindávelmente.
......................................................

Concluído o gesto que "deveria" ter-lhe renovado positivamente ...

Fecha então o chuveiro...
Secando a água salgada que se misturou em suas faces.

Por alguns instantes mantém-se a olhar o ralo...
Por onde se escoam suas poucas ilusões e fantasias.

Tomando em mãos a toalha...
Tenta em vão se livrar do desespero.

Após tentar desembaçá-lo...
Mira-se no espelho...
Baixando os olhos com vergonha de sua vermelhidão e inchaço...
Corando diante de sua fraqueza.

Respira fundo e prepara-se para voltar a fingir!

A custo...abre a porta e sai de fininho...
Pedindo à Deus consiga apenas uns minutos a sós para se recompôr.


Simone Tavares.





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