Os textos e poesias que aqui se encontram, assinados por mim (Simone Tavares), possuem direitos autorais.Os textos, vídeos e imagens de outros autores, são meramente ilustrativos
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"Diário de um deprimido"

Este blog representará para mim, uma ferramenta, como uma das maneiras de sobreviver neste mundo cão, onde ninguém é de ninguém, respeito é coisa rara e consideração é não lhe tirar o ar que respira por simplesmente não o poder! Um mundo onde os hipócritas ditam as regras e os sinceros e honestos são ridicularizados, onde falar o que se pensa ou sente, é demonstração de fraqueza e amar é uma atitude arcaica, uma caretice...onde confiar é ser idiota e se expressar...uma grande perda de tempo!

Simone Tavares.




terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Inspiração....



"São sentimentos de mais...
Sentimentos de quem já foi princesa, passou a ser vadia e além de tudo, tentaram tornar criada...
E com tudo isso foi se afogando em mágoa!

As letras, palavras e textos foram meus únicos companheiros a vida toda...
A me ajudar a suportar todas estas transições de rótulos e tratamentos que vivi...
Os únicos que nunca me deram as costas e não me abandonaram nos momentos de precisão...
Os únicos que não julgavam ou decepcionavam...
Os únicos com os quais podia desabafar e ser compreendida, abaraçada...afagada!
Foram estes que me deram as mãos e me ajudaram a sair dos abismos nos quais os "estranhos" a minha voltam viviam a me empurrar.
Era através destes que eu podia me consolar, me encontrar, sonhar e fugir das celas por onde já passei estadias intermináveis e cheias de torturas diárias.
Foi neles que encontrei a explicação, o consolo, a força para suportar este exílio de soldado inexperiente que foi capturado em terra estrangeira quando ainda fazia reconhecimento do local e nada sabia de como sobreviver em meio a tanta coisa inesperada...

Meus amigos muitas vezes me serviram:
  • De tábua de salvação, quando tentei atravessar rios que suponha tranquilos e de surpresa fui pega por fortes e violentas correntezas que por pouco não me fizeram afogar, ou me atiraram contra pedras ou mortais quedas d'água...
  • Como rifle com o qual me defendi de feras cujo instinto sanguinário fazia com que me perseguissem tentando se alimentar de minha carne e beber de minha alma...
  • Como porão, onde podia me esconder para evitar descenecessários conflitos, confrontos e inquisições meramente especuladoras...
  • De escudo quando me atiravam pedras!


A escravidão e o exílio, são as mais duras e difíceis experiências a serem suportatadas...
Causam os sentimentos mais controversos, pois parecem um suplício infindável...um tormento que se renova a cada dia.

Ver a vida através de grades, ouvir os sons através de paredes...



Faz com que nos refugiemos em nossas mentes, nos escondamos no silêncio, que só é quebrado quando a tortura nos impele a falar...para logo em seguida vir o arrependimento, pois acabamos por revelar segredos que não devíamos ou nos decepcionar, por perder tempo tentando esclarecer quem realmente somos, que nenhum mau pretendemos fazer, que tudo não passou de um mal entendido...

Palavras jogadas ao vento...que só acabavam piorando as coisas...

A alguns inquisitores, acabava por adquirir uma frágil aparência, que fez com que estes decidissem por fazer o que bem entendiam de minha sorte, tentando me manipular e selar, para cavalgar em minhas costas como se eu fosse um animal de carga...ou me mandar e manter indefinidamente nos campos de trabalhos forçados

Para outros, fui vista como ameaça suprema, que deveria ser atacada e aniquilada o mais rápido possível, antes que os subjulguasse e conquistasse seu lugar, seu espaço...lhes tomasse o posto e passasse a dar as ordens...

Outros, porém, eram acometidos, por aquilo que chamo de "excesso de admiração", conhecido por todos como "inveja"...que se torna ódio...e é de todos, sem dúvida, o mais perigoso e devastador!...Desperta, a vontade de selar e conduzir a chicote, humilhar e destruir a qualquer custo, aquilo que suas mãos não podem tocar...a alma, a mente, os sentimentos, a imaginação e o valor, daquele, que por azar lhes chamou tal mesquinha atenção.


Após o interrogatório...
De volta a cela...
Mais uma vez...as paredes...as grades...os gritos e gemidos dos companheiros das alcovas vizinhas...
Ouço seus apelos, percebo seu sofrimento...mas nada posso fazer, já que eu mesma me encontro em estado de miséria, coberta por medo e incerteza...tentando estancar o sangue que me cobre as vestes e me distrair para esquecer a dor.

É nesse momento que as lembranças me invadem, o sentimento fica a flor da pele...e a imaginação se incendeia...

É quando pego um pedaço de papel que encontro num canto escuro do lugar que me aprisiona e usando meu sangue como tinta...
Dou vazão ao meu desespero e deixo fluir o desabafo!"


                                                                          
                                                                  Simone Tavares

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